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O açúcar está acabando com a saúde do seu cérebro

Cientistas no Reino Unido encontram a primeira ligação entre o excesso de glicose no sangue e a doença de Alzheimer

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Há algum tempo a comunidade científica já domina a informação que os pacientes diabéticos estão muito mais expostos ao risco de desenvolver a doença de Alzheimer, assim como o excesso de açúcar no organismo pode levar ao diabetes. Mas agora o elo entre os dois problemas foi apontado através de um estudo sem precedentes realizado por 11 pesquisadores dos departamentos de Biologia e Bioquímica, Farmácia e Farmacologia e Química da Universidade de Bath, no qual aliaram informação e dados para o que pode ser um novo ponto de referência e de extrema importância para a  compreensão da doença que acomete um número crescente de pacientes ao redor do mundo.

O que se viu

Os pesquisadores descobriram a ligação molecular específica entre a glicose e a doença de Alzheimer.

A glicose em quantidades elevadas no organismo (hiperglicemia), passa a ter a capacidade de modificar as proteínas, o que os pesquisadores chamaram de “ponto de inflexão molecular”, onde uma enzima crucial relacionada à resposta inflamatória e à regulação da insulina é danificada pelo excesso de glicose. Como as proteínas do cérebro agem no combate às infecções, quando alteradas sob a reação com o açúcar, perdem a capacidade de combate, abrindo o caminho para a inflamação crônica e persistente do cérebro, que leva ao Alzheimer.

Através de estudos em tecido cerebral com e sem Alzheimer, verificou-se que os cérebros daqueles que estavam nos estágios iniciais de Alzheimer tiveram a enzima crucial MIF (fator de inibição da migração de macrófagos) danificada. A enzima, que está relacionada com a resposta inflamatória e regulação da insulina, foi ferida através de um processo chamado glicação, soma entre uma proteína e um carboidrato, tal qual a glicose, sem a ação controladora de uma enzima.

Os pesquisadores acreditam que o ativador para o progresso do Alzheimer pode ser quando o MIF é danificado através desta glicação.

“Normalmente, o MIF seria parte da resposta imune ao acúmulo de proteínas anormais no cérebro, e pensamos que porque o dano do açúcar reduz algumas funções do MIF e inibe completamente outros, este poderia ser um ponto de inflexão que permite que a doença de Alzheimer se desenvolva“- comenta o Professor Jean van den Elsen da Universidade de Bath sobre o estudo.

Cérebro Humano

Tipo 3?

Diante das respostas gerais aos processos de análise empregados na pesquisa de Bath, ficou claro que a doença de Alzheimer pode ser desencadeada por consumir muito açúcar.

Shannon Macauley, pesquisadora da Universidade de Washignton, nos EUA, está entre tantos outros pesquisadores que corroboram com as recentes descobertas e fortalecem o conceito de que a deficiência de sinalização de insulina tem um papel importante na patogênese da doença de Alzheimer. A autora da Publicação no The Journal of Clinical Investigation, também constata que pacientes com diabetes de tipo 2 ou com aumento de glicose no sangue tem um risco maior de desenvolver demência e afirma que o “diabetes e outras doenças que dificultam o controle do nível de açúcar no sangue podem ter efeitos nocivos na função cerebral e exacerbar condições neurológicas como a doença de Alzheimer.” Vários cientistas chegam até mesmo a sugerir sua tipificação como Diabetes tipo 3.

O estudo do Reino Unido, potencialmente inovador, foi publicado na revista Scientific Reports e pode ter grandes implicações para a compreensão da doença de Alzheimer e sua relação com a nossa dieta. A doença de Alzheimer, também chamada de mal de Alzheimer, é uma condição neurológica degenerativa e progressiva que atrofia o cérebro e culmina com o declínio irreversível de certas funções como linguagem, orientação no tempo e espaço, pensamento abstrato, memória, capacidade de realizar cálculos simples e tarefas cotidianas. Já são cerca de 50 milhões de pessoas em todo o mundo com a doença e 1.2 milhões de brasileiros com o mal.

Embora o vínculo do açúcar com a obesidade e o diabetes já seja um fator mais que conhecido além da comunidade científica, a compreensão geral da relação do açúcar com a doença de Alzheimer tem sido menos estudada, pelo menos por enquanto.

É muito açúcar

Quantas vezes você já ouviu falar “tem que cortar o açúcar”?

Como nutricionistas têm argumentado há anos, estamos consumindo muito açúcar. O aumento do nível de açúcar no sangue (hiperglicemia) oriundo do nosso consumo de refrigerante e outros itens açucarados já foi claramente estabelecido como um gatilho de obesidade e diabetes.

Só no Brasil, consome-se cerca de 15 milhões de refrigerante por dia segundo o IBGE. Um a cada 5 brasileiros toma refrigerante todos os dias. Uma garrafa de 600 ml de refrigerante contém 15 colheres de chá de açúcar adicionado. E o pior, muita gente resolve “diminuir” o refrigerante e assim optam pelo suco de fruta industrializado achando ser alguma forma de ter uma vida saudável… mas é simplesmente a substituição de um mal pelo outro. Sucos de frutas nada mais são do que água com açúcar, quase na mesma quantidade em que se apresenta no refrigerante.

Portanto, beba água! E se for alcalina, melhor ainda. Não será apenas para evitar os quilos extras que você deve mudar seus hábitos e cortar o refrigerante, o suco de fruta industrializado e o açúcar.

Será por saber que muito açúcar na sua bebida e na sua alimentação pode estar, literalmente, apodrecendo o seu cérebro.

Embora exista muita evidência científica sobre qualidade da água, ainda há poucos estudiosos no assunto no Brasil. Para dirimir estas dúvidas e facilitar a vida de quem quer entender mais o assunto Água compilamos centenas de artigos científicos em textos de melhor compreensão. 

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